sabato

:: Bendita Sejas Mulher...



Bendita Sejas mulher
Rogério Martins Simões

Nos caminhos que trilhamos renascidos
Certamente já esquecemos a distância
Que prolongam os caminhos percorridos
Irás encontrar na minha ânsia
Estes trilhos marginais mas tão sofridos

Não me fico por silêncios
Mas, meu amor, eu te digo
Bendita sejas mulher
A eternidade é estar contigo
Bendita o sejas por ser
A razão do meu viver

Os ventos são adversos
Maior porta de abrigo, eu, não vi
Terá o céu no acaso
Tamanha luz no firmamento
Sem ti?

Repara no sentido dos meus versos
São cartas de amor que não escrevi…
Palavras adultas fora do prazo,
Construídas no encantamento,
Sem pressas, aqui!

Por isso, de novo, te digo
Bendita sejas mulher
A eternidade é estar contigo
Bendita o sejas por ser
A razão do meu viver.

:: Anne Julie Aubry...


:: Em...








Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny

:: Saddington & Baynes...



Fotografia diferente em Saddington & Baynes


Sou feita de uma carne perecível


futuro de outra carne,


sem nenhuma eternidade.


A rocha é uma invencível


parte da terra;


que ela me resuma


no seu mesmo destino mineral.


A solidez ausente que tortura


nossa matéria frágil, no final


se renderá: serei de pedra dura.


Nunca mais chorarei


nessa passagem de poesia.


Com nítida certeza,


recorto nas montanhas


minha imagem mais que raiz,


expressa na beleza.


Pela terra em que


não me desfiguro,


hei de surgir um dia


em cristal puro.


Lupe Cotrim

martedì

::


:: Esta Vida...

ESTA VIDA NÃO VIVI

Será que na vida não vive
Quem na vida já viveu?
Ou será que terá vida
Quem nesta vida sofreu
.
E eu que morri e que vivo
Dentro do mundo que passou:
Nos versos que não morrerão
Após rasgar a vida
Irão lembrar quem chorou
E esta vida não viveu.

Rogério Martins Simões

Fotografia em CANDAS

domenica

:: Ausência...



Fotografia de Paul Mahder
Por muito tempo achei
que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento
exclamações alegres,
porque a ausência,
essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade

:: Louchelust...


Veja o movimento emLouchelust

:: Pascal Renoux...