
AS AVES
Afluem às margens,
jogam como se a água
lhes pertencesse,
pousam no meio
dos arbustos como
se tivessem todo o tempo!
No entanto,
sabem que as nuvens vão
sabem que as nuvens vão
encher o céu;
e que o norte irá enviar
o vento frio que as há-de
arrastar para sul,
deixando atrás de si
o silêncio nos campos.
Mas pouco lhes importa isso,
quando se juntam,
e cantam a efemeridade do instante.
Nuno Judice